17.9.12

A Primeira Vez



Você sempre me disse que sua maior mágoa era eu nunca ter escrito um texto sobre você. Nem que fosse te xingando, te expondo. Qualquer coisa. Você sempre foi o único homem que me amou. E eu nunca te escrevi nem uma frase num papelzinho amassado. Você sempre foi o único amigo que entendeu essa minha vontade de abraçar o mundo quando chega a madrugada. E o único que sempre entendeu também, depois, eu dormir meio chorando porque é impossível abraçar sequer alguém, o que dirá o mundo. Outro dia eu encontrei um diário meu, de 99, e lá estava escrito “hoje eu larguei meu namorado sentado e dancei com ele no baile de formatura”. Ele, no caso, é você. Dei risada e lembrei que em todos esses anos, mesmo eu nunca tendo escrito nenhum texto para você, eu por diversas vezes larguei vários namorados meus, sentados, e dancei com você. Porque você é meu melhor companheiro de dança, mesmo sendo tímido e desajeitado. Depois encontrei uma foto em que você está com um daqueles óculos escuros espelhados de maconheiro. E eu de calça colorida daquelas “bailarina”. E nessa época você não gostava de mim porque eu era a bobinha da classe. Mas eu gostava de você porque você tinha pintas e eu achava isso super sexy. E eu me achei ridícula na foto mas senti uma coisa linda por dentro do peito. Aí lembrei que alguns anos depois, quando eu já não era mais a bobinha da classe e sim uma estagiária metida a esperta que só namorava figurões (uns babacas na verdade), você viu algum charme nisso e me roubou um beijo. Fingindo que ia desmaiar. Foi ridículo. Mas foi menos ridículo do que aquela vez, ainda na faculdade, que eu invadi seu carro e te agarrei a força. Você saiu cantando pneu e ficou quase dois anos sem falar comigo. Eu não sei porque exatamente você não mereceu um texto meu, quando me deu meu primeiro cd do Vinícius de Morais. Ou quando me deu aquele com historinhas de crianças para eu dormir feliz. Ou mesmo quando, já de saco cheio de eu ficar com você e com mais metade da cidade, você me deu aquele cartão postal da Amazônia com um tigre enrabando uma onça. Também não sei porque eu não escrevi um texto quando você apareceu naquela festa brega, me viu dançando no canto da mesa, e me disse a frase mais linda que eu já ouvi na minha vida “eu sei que você não gosta de mim, mas deixa eu te olhar mesmo assim”. Talvez eu devesse ter escrito um texto para você, quando eu te pedi a única coisa que não se pede a alguém que ama a gente “me faz companhia enquanto meu namorado está viajando?”. E você fez. E você me olhava de canto de olho, se perguntando porque raios fazia isso com você mesmo. Talvez porque mesmo sabendo que eu não amava você, você continuava querendo apenas me olhar. E eu me nutria disso. Me aproveitava. Sugava seu amor para sobreviver um pouco em meio a falta de amor que eu recebia de todas as outras pessoas que diziam estar comigo. Depois você começou a namorar uma menina e deixou, finalmente, de gostar de mim. E eu podia ter escrito um texto para você. Claro que eu senti ciúmes e senti uma falta absurda de você. Mas ainda assim, eu deixei passar em branco. Nenhuma linha sequer sobre isso. Depois eu também podia ter escrito sobre aquele dia que você me xingou até desopilar todos os cantos do seu fígado. Eu fiquei numa tristeza sem fim. Depois pensei que a gente só odeia quem a gente ama. E fiquei feliz. Pode me xingar quanto você quiser desde que isso signifique que você ainda gosta um pouquinho de mim. Minhas piadas, meu jeito de falar, até meu jeito de dançar ou de andar. Tudo é você. Minha personalidade é você. Quando eu berro Strokes no carro ou quando eu faço uma amiga feliz com alguma ironia barata. Tudo é você. Quando eu coloco um brinco pequeno ao invés de um grande. Ou quando eu fico em casa feliz com as minhas coisinhas. Tudo é você. Eu sou mais você do que fui qualquer homem que passou pela minha vida. E eu sempre amei infinitamente mais a sua companhia do que qualquer companhia do mundo, mesmo eu nunca tendo demonstrado isso. E, ainda assim, nunca, nunquinha, eu escrevi sequer uma palavra sobre você. Até hoje. Até essa manhã. Em que você, pela primeira vez, foi embora sem sentir nenhuma pena nisso. Foi a primeira vez, em todos esse anos, que você simplesmente foi embora. Como se eu fosse só mais uma coisa da sua vida cheia de coisas que não são ela. E que você usa para não sentir dor ou saudade. Foi a primeira vez que você deixou eu te olhar, mesmo você não gostando de mim. E foi por isso, porque você deixou de ser o menino que me amava e passou a ser só mais um que me usa, que você, assim como todos os outros, mereceu um texto meu.” 

 —A Primeira Vez, Tati Bernardi 

15.9.12

Coca-cola, formigas atômicas e combo de pipoca.




Tava na fila do cinema quando vi um cara com blusa das formigas atômicas acenar pra mim. Olhei duas, três, cinco mil vezes pra ver se eu não tava delirando. Ele vinha na minha direção com os braços abertos e eu calculei a distância entre o elevador mais próximo e eu. Não dava tempo de correr. Também não dava tempo de cavar um buraco no piso do shopping e pular dentro.

― Ei, preta. ― Ele me deu um abraço estranho de uma só mão e eu meio que abracei a outra mão dele e… hãm, foi um desastre. Mas meu coração doeu quando eu ouvi essa voz e esse apelidinho que anos atrás, eram suficientes pra deixar meu dia mais feliz. 
― O…hei… ã. ― Eu queria dizer “Hey, oi, e aí?”. Mas não conseguia pronunciar direito.
― Quanto tempo né. 
― Pois é… ― Balancei a cabeça.
― É… e aí? 
― Tudo nice.
― Então… anos, né?
― Pois é. Três ou quatro.
― Acho que é quatro.
Três anos, nove meses e quatro dias, querido.
― É…
― Arram…
― Pois é.
Passamos algum tempo nos olhando constrangedoramente. Lembrei do tempo que nós tínhamos assunto. Era natural como respirar. Passávamos umas boas três, quatro horas no telefone. O assunto nunca acabava e o silêncio também não era um incômodo, nós meio que nos entendíamos. E olha só pra gente agora. Procurei na minha cabeça algum assunto que poderia falar com ele, mas não vinha nada. Estava quase correndo pra longe quando…
― Uma amiga minha te viu um dia desses.
Meses e meses atrás, corrigi mentalmente.
― Dalila?
― Não, não. Você não conhece.
― Então como ela sabe quem sou eu?
Ok. Já posso correr. Deveria dizer “não, é que assim, você é meio que o cara que eu mais amei na vida e meio que eu ainda falo de você pra Deus e o mundo”? Não né.
― Quis dizer que você não deve se lembrar dela, enfim, esquece.
― E esse suco aí na tua mão?
Olhei pra baixo e notei realmente que eu estava segurando um copo de suco de laranja. Alguém, que eu não me lembrava agora quem era, tinha ido comprar pipoca pra gente também, eu acho.
― É um suco.
― Tá brincando que é um suco? ― Ele ironizou. ― Tô querendo saber, é, cadê tua coca cola?
― Ah, sim, sim. Não tomo mais, sabe. ― Era minha deixa. Ensaiei falar isso faz anos. ― Mudei muito.
― Tu? Mudou? Tu? Parou de tomar coca? Ta beleza, eu acredito. 
― Não ta vendo o suco na minha mão? Parei de tomar coca.
― Não parou não.
― Parei. ― Queria jogar o suco na cara dele ― Isso aqui é suco.
― Mas continua querendo tomar coca.
― Isso não significa nada.
― Claro que significa. ― Ele sorriu ― Significa que tu deixou de tomar coca, mas nunca vai deixar de tomar coca. Ela ta aí dentro de ti ainda. Tu sempre vai desejar uma coca gelada que rasga a garganta. Pega logo uma coca.
Verdade. Quase pude sentir o gosto enquanto ele dizia isso. Como eu queria coca-cola. Quase dois anos que eu não tomo e eu nunca deixei de querer tomar.
Mas enfim, o que tem haver?
― Que bom que só querer não dá celulite né? ― Sorri.
― Você seria linda de qualquer forma. Com ou sem celulite. ― Ele falou em um tom mais baixo e mais intenso, e eu tive um ataque cardíaco, pelo menos era o que eu sentia. Olhei pros lados disfarçando a timidez.
― E os caras? ― Ele perguntou quando teve a certeza de que eu não iria mais responder.
― Que caras?
― Os caras, né.
― Hãm?
― Namorados, preta, namorados, problemas, paqueras, etc.
Ah sim. Isso me lembrou que tinha alguém comprando pipoca em algum lugar desse shopping. Olhei de relance pra ver se encontrava, mas aparentemente não estava em nenhum canto. Ou era culpa minha, que só conseguia ver o cara de camisa das formigas atômicas na minha frente.
― Tô namorando.
― Você? ― Ele levantou a sobrancelha.
Me senti um pouco ofendida com o tom de voz dele. ― Eu mesma.
Ele me fitou por algum tempo em silêncio.
― O que? ― Já tava sem paciência.
― É… ― ele pensou por mais alguns segundos ― Estranho, eu acho.
E eu entendi o que ele quis dizer. A gente só se conhecia como um sendo a pessoa do outro. Nós éramos o amor da vida um do outro, a alma gêmea, a metade da laranja e qualquer outro nome que dão pra isso. Era algo fora do contexto esse nosso encontro, a gente aqui, como dois conhecidos que não se vêem há anos. Como que a gente foi se perder assim? Como que nossas vidas que pareciam tão juntas e tão entrelaçadas e tão grudadas, inventaram de mudar de rumo? Eu me sentia até culpada, eu acho. Era tudo bonito demais e triste demais e apaixonado demais pra ter acabado.
― É.
― Ainda escreve?
(Escrevo. Tô escrevendo um texto sobre você nesse instante.)
― Não ― Menti. ― Não tenho mais tempo pra isso. 
― Hum… Então você mudou.
― Mudei muito.
― Mentira sua ― Ele me olhou como uma criança implicante.
― Acredite no que quiser ― Retribui o olhar.
― Aposto que ainda conta os dias e as datas.
― Não mesmo. Nem me lembrava mais disso. Aliás, que dia é hoje?
― Quanto tempo pro teu aniversário?
― Que?
― Quanto tempo falta. Para o teu. Aniversário. ― Ele falou pausadamente.
Engoli seco. ― Eu sei lá.
― Eu sei que você tá contando.
― O que? Eu mesm…
― Anda.
― Não sei.
― Diz.
― Não dig…
― Agora.
O encarei por alguns segundos até suspirar pesadamente.
― Três meses e quatro dias.
― Aniversário da tua cachorra.
― Sete meses e… seis dias. 12 de dezembro. Aniversário de Belo Horizonte. Dia da morte do José de Alencar. Aniversário do Silvio Santos também.
― Viu, eu disse.
― Grande coisa. Todo mundo tem uma mania.
― Grande coisa. Você não mudou nada.
― Cortei o cabelo.
― Não mudou a cor.
― Não assisto mais novela.
― Continua achando que a vida é uma novela mexicana.
― Não como mais miojo.
― Ainda odeia usar garfo pra cortar a carne. 
― Tá. Tá. Eu entendi. Não mudei. Você venceu. Agora, pra quê tudo isso?
― Pra me certificar.
― De que?
Ele olhou pro lado e suspirou. ― De nada. De nada. Ei… tem um cara parado ali feito um bobo, acho que ele ta procurando alguém.
Segui o seu olhar e avistei um cara com um combo de pipoca na mão.
De alguma forma ele sabia quem esse cara é. Estranho.
― É meu namorado. Eu… eu tenho que…
― Tem que ir. ― Ele balançou a cabeça positivamente.
Droga. Porque é tão difícil ir embora? 
― Então, até um dia.
― Até ― Ele pegou minha mão e deu um beijo, então deu um meio sorriso e foi se afastando.
Mordi o lábio enquanto o vi partindo ― já o vira partir tantas outras vezes. A gente nunca acha que um dia vai acabar. A gente sempre acha que vai ter mais, algum dia, alguma vez. Até que acaba. Até que o máximo de proximidade entre vocês seja apenas encontrar um ao outro na fila de um cinema. E não há nada mais triste que isso de seguir em frente. Não há nada pior do que desvencilhar sua vida da de outra pessoa. E mesmo com tudo, é como se não existisse realmente um fim, mesmo depois de ter tido um fim…
― Espera!
Ele se virou pra mim com surpresa em seus olhos ― O que?
― Você!
― Eu…
― Você é minha coca-cola.
― Eu sou o quê?
― Minha coca-cola. ― Ele vinha se aproximando e eu fechei os olhos, tentando me lembrar das palavras dele anteriormente. ― “Significa que tu deixou de tomar coca, mas nunca vai deixar de tomar coca. Ela ta aí dentro de ti ainda.”
― E o que isso significa?
― Você sempre vai estar aqui, mesmo não estando.
Ele deu um sorriso triste, e pelo seus olhos, vi que o meu também era. Ele colocou uma mecha do meu cabelo para de trás da minha orelha e suspirou.
― Você sempre vai ser a minha coca-cola, também.
― Até mais então.
― Até um dia, preta.
Cada um seguiu em frente novamente ― e literalmente. Fui encontrar o cara com o combo de pipoca, mas não pude deixar de olhar pra trás e ver, por mais uma ― e talvez última ― vez, o cara com a camisa das formigas atômicas.
Acho que vou tomar coca-cola hoje. (Iolanda Valentim)

14.9.12

As Coisas Mais Banais Do Mundo



“Blé. Eu ainda lembro de nós dois esparramados no sofá às 17:00 de uma terça-feira, vendo Friends — já que é a nossa série favorita — e levantando 17:03, para fazer um misto quente, porque é a hora que tem a vinheta e tem o comercial logo após. Comíamos e ríamos como duas crianças de 8 anos e quando dava 17:58 e já tinha acabado, íamos na rua jogar aquele jogo de fliperama perto da praça que você tanto gosta porém nunca consegue bater o recorde da casa. Fraco. Eu sempre dizia num tom irônico e baixo porém ainda esperando que você ouvisse. Imbecil. Você sempre respondia como se gostasse de cada provocação minha. Mas éramos dois ingênuos. Duas crianças. Acho que foi isso que sempre gostei na gente. Simplicidade. Pequenos gestos. Quase mínimos. Mas que me deixava acordada fazendo e refazendo aqui na minha mente. Me lembro também quando a gente saía da loja de fliperama depois de uma derrota mais do que linda — diante do meu ponto de vista, é claro — e íamos direto pro subway comer aquele sanduíche de frango que você tanto apreciava, como se o misto quente das 17:03 não tivesse bastado. Gordo. Só pensava em comer, comer, comer, comer, como se a comida fosse suprir algo que estava faltando ali dentro — que sinceramente eu até hoje não descobri — E então a gente conversava das coisas mais banais do mundo pra não ficar um ambiente constrangedor. Mas o que a gente não sabia é que não existia constrangimento algum quando estávamos perto um do outro. Porque, logo após você terminar o seu sanduíche de frango-seco-tipo-subway eu dizia “Me leva pra casa” e me perguntava a causa do seu “Por quê?”. Se era preguiça de levantar o rabo gordo da cadeira ou era por realmente acreditar que minha casa é aonde você está. Mas uma coisa é certa; quando a gente ama a gente fica bobo. E eu meio que sou a prova viva disso. Quando a gente ama, tudo é um sinal, desde aquela mísera troca de olhares de no máximo 2 segundos até toda palavra que sai da boca da pessoa. Mas nós éramos como Chandler e Mônica. É. Você era o meu bobão e palhaço com medo de qualquer tipo de compromisso que me fazia rir cada segundo de cada minuto de cada hora de cada dia. E eu era a sua Mônica histérica com minhas manias mais incontroláveis e absurdas que gostava de ter alguém como você por perto. Mas também éramos como Ross e Rachel. Ambos sabiam que os seus destinos estavam traçados desde sempre porém não se entregavam. Tínhamos lá nossas diferenças e personalidades absurdas mas sabe como dizem né? Peça de quebra-cabeça pra se encaixar não pode ser igual.Mas agora falando sério, repassando tudo, eu realmente achei que você fosse se apaixonar por mim. Que no meio de uma das nossas gargalhadas vendo Friends depois de uma fala engraçada do Joey, você iria me olhar e perceber que nossas risadas formam sintonia, que quando visse aquelas brigas de we were on a break de Ross e Rachel ia perceber que daria tudo para ter do mesmo tipo comigo, nem que seja fazendo papel de bobo tentando reatar pela milésima vez. Porque eu realmente acreditava que depois de eu te chamar de fraco em mais uma derrota bem sucedida no fliperama você iria dizer “seu fraco”. — BLÉ, CLICHÊ.— Eu realmente esperava que em uma dessas idas e vindas ao subway para saciar sua absurda vontade de sanduíche de frango você iria finalmente admitir que queria fazer isso pelo resto da vida comigo e que no caminho de casa ao invés de se distanciar esperando que eu pegue finalmente a chave perdida na minha bolsa, você iria ter a atitude de me puxar pra perto e bancar uma de “ladrão”. Mas eu tava certa. Você realmente é fraco. E se prestasse atenção nas coisas que eu falo, saberia que eu não gosto de garoto maromba. Eu me amarro é num fraco mesmo. Nesse fraquinho aí. Esse que mal sabe se entregar a um sentimento.A verdade é que não sei se você esperava isso, mas me apaixonei por você. Mas como diz o outro, “quando a gente se apaixona até os defeitos se tornam qualidades”. E lá estava eu, apaixonada desde seu sorriso que é meio torto de lá e cá dependendo da situação e o seu cheiro de roupa limpa já que não usava perfume porque tinha alergia, até a sua mais insuportável mania de roer as unhas. Até que era bonitinho. Mas olha só que tola, logo eu que sempre me vi tão independente diante do mundo me vi dependendo de você. Mas devo admitir que eu nunca fui do tipo de pessoa mimimi sabe. Não fiz planos para nós e nem planejei casamento. Não sei aonde moraríamos e muito menos o nome dos nossos filhos. Porque expectativas atraem decepções. Decepções atraem corações partidos.Mas eu sei. Você não vai aparecer no meio de uma aula de biologia com um buquê de flores me pedindo em namoro, nem vai tacar pedrinhas na minha janela de noite para eu ver a serenata que você preparou com um cara de 50 anos, espanhol, quase engasgando com o próprio bigode e tocando violão enquanto você canta minha música favorita do John Mayer. Você não vai, até porque têm vergonha de cantar e do jeito que é burro tacaria um pedregulho e quebraria minha janela.Mas escreve aí: A gente se amava. Ô se amava. Mas eu não acreditava, e você não sabia.”


— Because he’s my lobster, Brenda França - R. Shit

5.9.12

Com todo o seu coração





“É a história mais antiga do mundo. Um dia, você tem 17 anos e está planejando o futuro. E então, sem você perceber, o futuro é hoje. E então, o futuro foi ontem. E assim é a sua vida. Passamos tanto tempo querendo, desejando, buscando. Mas sabe? Ambição é bom. Perseguir as coisas com integridade é bom. Sonhar… Se você tivesse um amigo que nunca mais fosse ver. O que você diria? Se pudesse fazer uma última coisa pra alguém que você ama. O que seria? Diga. Faça. Não espere. Nada dura pra sempre. Faça um pedido e guarde no seu coração. Qualquer coisa que você quiser, tudo o que você quiser. Fez? Ótimo. Agora acredite que pode se tornar realidade. Você nunca sabe de onde virá o próximo milagre. A próxima memória. O próximo sorriso, o próximo desejo que se tornará realidade. Mas se acreditar que está logo adiante e abrir seu coração e mente para a possibilidade, para a certeza, pode ser que consiga o que queira. O mundo está cheio de mágica. É só acreditar nela. Então, faça um pedido. Fez? Ótimo. Agora acredite nele. Com todo o seu coração.”
- One Tree Hill. 

4.9.12

Você acha que é quem pra me abalar assim?





Você aí, com essa alegria terrível de viver e jorrando beleza e graça pra cima de mim. E eu aqui, arqueada pelo tanto que carrego de mundo e suas rasteiras. Você acha que é quem pra me abalar assim? Eu li muito mais livros que você. Conheço mais países e pessoas e gemidos e vontades de morrer. E você com tanta graça pra cima de mim. Percebe que não vai ser fácil? Vou dificultar bastante pra você. Até porque é só o que eu posso contra essa coisa fácil e linda que é a sua vontade. Contra você eu só tenho a minha impossibilidade. Como se todos não a tivessem. Contra seus olhos que sorriem e isso me mata tanto, só tenho a parede nojenta que criei pra você jamais descobrir que sempre compro duas entradas para o concerto. Na espera do que não quero.
Tati Bernardi 

3.9.12

Amor é uma droga que se sente



“Já pararam pra pensar que em vez comparar o amor com tais frios na barriga, pernas tremulas, coração acelerado, por que não comparam ele a algo mais real, algo que ele realmente seja, uma droga. Digo, como se fosse um crack. Sabe, qualquer uma dessas drogas, a diferença é que não vem em erva, pó, ou se ingere, amor é uma droga que se sente, é das piores, tão forte quantos as outras, até mais.
 No momento em que você vê pessoas amando, você realmente não sabe qual o significado daquilo, por que em filmes de comédia romântica se mostra algo perfeito, já entre casados ou adolescentes se mostra um tipo de drama depressivo ou um enorme erro que acaba com a sua vida. Como uma droga, você vê pessoas usando e dizendo o quanto é bom, já outras você vê “o fim de uma vida”, o amor é exatamente assim — só que bom ou não sempre vai acabar com a tua vida.
Quando se prova o amor ele parece bom, ele parece perfeito, de uma forma viciante, mas como usar crack, os dois são do mesmo jeito, um ciclo.
Você ama, você gosta, você se joga de cabeça por que você quer mais, quer sentir aquela sensação novamente, você se entrega como se confiasse naquilo, como se você se alimentasse dissoe você cria um tipo de ilusório, dizendo a si mesmo “não faz mal, não faz mal.”, até que chega o ponto em que quem te dará o amor se vai, a droga que tu usavas não dá mais aquela“sensação ótima”, te causa estragos dentro de ti, tão forte quanto se jogar de um prédio construído em uma rua de pedras, é uma sensação inexplicável, horrível. Assim o amor e tua droga, se tornam algo como uma arma, por que amor é uma arma quase não tem diferença, amar e não se machucar é o mesmo que espera que a arma esteja carregada, apontada pra você, atirar e esperar que não te fira; mas fere, o amor e tua droga, se torna algo em que você devia se manter afastado… Mas como eu disse, amar e se drogar é um ciclo, você se afasta depois da sua primeira overdose, mas volta, na primeira oportunidade que te oferecem o amor ou a droga, e assim volta deis do começo, até você morrer, até seus pulmões, suas veias, seu cérebro, seu eu, principalmente seu coração não aguentar mais, então você morre. Amar e morrer não tem tanta diferença, só uma, que quando se ama, está morto, mas apenas por dentro. Amor e droga, não há nenhuma diferença, por que os dois sendo bom ou não, vão te destruir no final.”

Lucas  — (s-stupid)