3.11.13

Sobre o vício numa garota que não bebia café, mas ouvia Cazuza.



Ela era como um problema que sempre pedia “mais”, ela era como um vicio absurdamente problemático que pedia mais. Largar mão dela era a mesma coisa que por uma garrafa de vinho na frente de um ex alcoólatra que está de abstinência. Ela era pior do que um simples gostar ou uma quedinha. Pior do que qualquer pretexto. Ela era como um jogo com as peças faltando, ela devia ter uma placa no pescoço dizendo que ela é incompleta e impossível de se entender e se montar. Mas, ela é um jogo com devolução. É um jogo que eu ainda tenho a garantia. Mas me apeguei aos erros, passei a curtir o piores estragos que a Julia tem consigo mesma. Ela era o copo de vinho, e eu era o bêbado. E tô bem longe da recuperação do vício, porque ela, além de tudo, é um vício foda de deixar. E eu nem tô tentando, mas ela inventou de cair fora. Será que se eu ligar e dizer: “porra, Julia, tô com uma abstinência fodida de você”, ela pensa no caso? Ela provavelmente não sabe que é um vício, e ela provavelmente vai rir. Vai mandar eu me cuidar, e vai dizer que eu sabia que no final, ela era um problema. Vai perguntar se pode me ver na sexta, e eu vou deixar. Mesmo sabendo que ela vai meter o pé no domingo, pelo menos na sexta eu volto pro meu vício. No domingo eu me viro, contanto que na sexta eu possa ouvir tua risada irritante de novo. Ela esconde, evita, foge. Ela era um abismo, e eu cai de cara no precipício dela. E não me importaria de quebrar a cara de novo, se ela pedisse. Mas pra ela eu nunca falaria isso, seria humilhação demais. Do jeito que é ia dar risada da minha cara, e dizer que eu tava ficando babaca demais. Mais do que o normal. Alguém aí sabe uma clínica de tratamento contra Julia?


Um comentário:

Unknown disse...

AHHAHAH amei! Muito bom, demais :)

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