4.11.13

Mentes Expostas.


Então você dedica aquela música que eu tanto amo para mim, dizendo que se lembrou de mim quando ouviu pela sexta vez seguida antes de dormir. Diz que sentiu alguma coisa diferente no refrão, e que eu me encaixei perfeitamente nos detalhes que a música trazia. Sussurra que aquele refrão meloso foi feito pra gente e que aquele começo lentinho te fez sonhar com o dia que vai dormir e acordar do meu lado. Fala que se lembrou de mim quando a música ficou mais agitada, e que aquilo ali significava nossas brigas e que chorou nos últimos segundos da música. Que se segurou por ela toda, mas que a saudade de mim e a vontade de estar perto foram maiores que seu jeito duro de homem. Você diz que quando a música acabou se lembrou do que sentiu quando eu fui embora dizendo que não voltaria. Mas voltei. Diz que quer estar comigo e ouvir a “nossa” música em um futuro distante e lembrar de como tudo foi complicado, mas descomplicou. E eu só ouvia calada cada palavra tua, cada sussurro de desejo. Fiquei em silêncio esperando uma brecha para falar, desejando que as lágrimas não me traíssem. Não desta vez. E quando finalmente você se calou, senti meu coração apertar e minha garganta ficar seca. Se eu abrir a boca, sei que vou chorar e eu realmente não quero ser a fraca que sempre fui contigo. Você implorou que eu dissesse pelo menos uma palavra, mesmo que monossilábica. E a única coisa que consegui foi sussurrar baixinho o teu nome, sentindo as lágrimas descendo como se fosse algo inevitável, como se estivesse escrito em algum lugar que aquilo deveria acontecer. Eu me entrego ao momento e desisto de tentar parecer forte, eu nunca fui o tipo de garota coração de aço, nunca tive vocação para ser fria. E foi nesse meu pequeno problema de ser coração mole, que me entreguei à você nas outras milhares de vezes que você fez merda e voltou. Por um pequeno deslize conheci você, e por um deslize maior ainda, me apaixonei. Eu finjo muito bem meus sentimentos, foi essa a máscara que criei para parecer menos vulnerável… E no meu pequeno momento de aceitação, digo que te amo. E cara, juro que de todas as besteiras que já fiz na vida, essa foi a pior.
— Júlia e Babi. 

Um comentário:

Unknown disse...

Amei demais esse texto, uma ótima inspiração :D

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