30.9.13

O princípio do fim



E entre tantos abismos nos quais caí, percebi que o fim deste não está tão longe pra mim. Que sejam apenas metáforas, histórias, mas eu caí sim, e quero saber quem é o culpado. Talvez eu deva enlouquecer, ou então assumir que tenho que recomeçar tudo. Coisa por coisa. Palavra por palavra. Perdão por perdão. Mas às vezes ninguém nota os meus esforços, e isso é o que me faz parar e largar tudo. Deixar de lado, bem longe. A vida tem tantos recomeços que penso ser o término do fim, mas não; é apenas o princípio do fim. Na época em que a lagarta achava que era seu fim, mas era apenas o começo de uma nova fase. Se renovou, se recriou, mas se feriu? Tudo requer sacrifício. Essa tal de vida é desleixada, encurralada, pura mediocridade. Mas, as vezes surpreendedora. O tal abismo pode machucar meus pés, e todo o meu corpo junto, e me fazer sangrar, até o meu espírito. Talvez ele tenha no fundo, bem no fundo uma luz. Que me levará a outro mundo? Talvez. Ou então verei o mundo de outra forma. Sem obscuridades. Sem guardar monstros, e nem me tornar um deles por tanto tentar matá-los. Nem me tornar uma lenda por querer ser uma lenda. E nem querer ser linear, se tenho curvas. Não posso querer ter uma resposta, se eu mesma sou a pergunta indecifrável. Nunca tentar ser quadro grande, se sou um papelzinho. Nem tentar gritar, se o silêncios possui ruídos bons de se ouvir e difíceis de sentir. Faço o bem a quem? Todos, menos a mim. Interessante, não? Penso que sou feliz, mas é mera máscara. Me chame de qualquer coisa, menos de uma pessoa boa. Eu faço mal a mim, e outras coisas, mas principalmente a mim. Posso espalhar por ai, que o abismo que andei por esses dias, me machucou, me fez sangrar, me fez cair, me iludir. Mas ele tinha um nome, e era o mesmo que o meu.
— Manuscrituras

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