Porque nem sempre historias de amor tem finais felizes

 Você gostava de me classificar como amiga e eu gostava de te classificar como algo a mais que isso. Afinal de contas, nossas bocas e nossos corpos já tinham se encontrado vezes demais para se reconhecerem só como amigos. Teve aquela vez em 2008 quando eu tinha 16 e você foi o meu primeiro, mas você nunca soube disso; até agora. Teve também uma segunda vez 4 meses depois. E depois teve a terceira, a quarta, a quinta até que em 2010 a gente brigou e você arranjou um outro alguém que você começou a classificar como namorada, e enquanto isso nem conhecida eu era mais. E foram os 8 meses mais vivos da sua vida, segundo você. Ate que você descobriu que ela te traia e tudo foi por água abaixo. Aí a gente voltou a se falar, voltou a se ver e voltou a se entregar. E 5 meses depois lá se foi você de novo, dessa vez mais cauteloso, nada de se entregar, era o que você me dizia. E meses depois lá se vai mais um relacionamento seu por água abaixo, dessa vez foi você que traiu e de certa forma não só a sua namorada, como a mim também. E a gente brigou de novo e eu voltei a beber, você voltou a fumar e um mês mais adiante depois de te avistar na mesma boate que eu, perdi o controle e maltratei meu fígado além do permitido e me vi tonta em meio aos seus braços tentando me convencer que a droga maior era você e não o álcool. E em meio a toda essa tempestade que você trás consigo quando volta pra minha vida, acordei em uma cama familiar com você ao meu lado, vestida com uma camisa que tinha cheiro de saudade. E eu chorei, chorei porque eu amo um cara que me ama, mas que não foi feito para ser meu por inteiro. E a gente discutiu e eu finalmente depois desses anos todos disse a ele que não seria mais estepe, que se ele quisesse ter alguém, seria só eu ou uma outra qualquer. E então ele optou pela outra qualquer e já faz quase um ano que a gente deixou o orgulho falar mais alto do que a nossa vontade de se ver e em decorrência disso, nesse meio tempo eu já não consigo me lembrar do timbre da sua voz e nem do quanto seus braços me confortavam.